Monday, August 28, 2006

O João perguntou ao Leitão quanto Leitão o João tem, e o Leitão respondeu ao João chamando-lhe inútil

Estou chateado.
E estou chateado derivado de dois motivos.
O primeiro, bom, não me lembro.
O segundo é que as pessoas às vezes acusam-me de me esquecer frequentemente das coisas e de reagir de forma infantil a uma crítica.
Nada tenho a dizer a essas pessoas, a não ser que elas cheiram mal.

Aparte feito, vamos às dissertações.
Preparados?
Espero que sim, pois eu vou começar a desbaratinar (é assim um desbaratar mas com mais tino).


Dissertação número 1: O dinheiro e a felicidade.

O dinheiro vale o que vale, e não tem outro valor senão esse.
Já coisas como o amor e a amizade têm um valor incalculável, isto é, cinquenta cêntimos (o preço médio de um café).

E há quem diga que o dinheiro não traz felicidade.
Eu digo: depende da maquia.
Por exemplo, se me derem um cêntimo, o mais provável é eu dizer "Obrigado" à pessoa com aquele tom de quem está a chamar palhaço a alguém. Não ficarei feliz, ficarei algo próximo do 3,1416 x urso (ou, em linguagem menos matemática, piurso).
Se, ao invés, me ofertarem com vários maços de notas de quinhentos euros, eu não ficarei feliz, ficarei insano.
Enfim, o dinheiro traz felicidade se for atribuído - como em tudo na vida - de forma moderada (atentem bem nesta última sentença, pois daqui para a frente não será prescrito mais nada que tenha algum sentido e/ou profundidade; será, portanto, assim como que o equivalente a tirar um curso de Biologia).


Dissertação número 2: Tempo e dedicação.

Um dos grandes flagelos (eu disse flagelos? Perdão, eu queria dizer pudins. Leia-se de novo: "Um dos grandes pudins (...)") do nosso quotidiano profissional e social - e primeiro obstáculo à construção e criação de possíveis obras de valor maior - é o facto de, às vezes, sentirmos que estamos a perder tempo quando estamos dedicados (ou a tentar ser dedicados) para com algo.
Às vezes, parece que aquele algo não é bem necessário ou vital para outro algo, pelo que sentimos que o tempo que nele depositamos não está a ser bem gasto, o que leva a que a atenção e o empenho nesse algo depositados não sejam máximos ou, no limiar, de elevado grau.
O truque é perdermos tempo sem realmente termos a noção de que o estamos a perder, iludindo-nos com o facto de que esse tempo está a ser aplicado à ordem de não termos a noção de que esse tempo está a ser, de forma corrente, tempo a passar.
Fui claro? Claro... que não.

De qualquer forma, foi assim que consegui acabar a minha réplica à escala da Torre de Pisa, feita inteiramente com fósforos e palitos usados pelos senhores de típica nacionalidade portuguesa da tasca já aqui ao lado da minha casa, a taberna do sor Zé do Pipo.
Uma réplica exacta, salvo a mancha nhanhenta e de aspecto duvidoso num dos andares que, dizem as más línguas, mais parece fruto de um espirro meu.
E só porque, aquando da construção da Torre, me encontrava expectoralmente constipado.
Calúnias.
Deviam ter vergonha.


Dissertação número 3: O mito das viagens descansadas no Metro.

No primeiro dia de Agosto deste ano saí na estação de metro do Marquês e não fui "convidado" a dar uma única esmola nem a subscrever nenhum contrato com a Netcabo brasileira, a Netchicabo.
Ora, com o surto de cegueira e com a sede de informação alheia que assolam toda essa área subterrânea que é o Metro, como se explica que a minha assinatura, os meus dados pessoais e as minhas moedas não tenham constado de fichas de recolha de informação e de pratinhos de plástico da Lidl (sim, pasmem-se as alminhas, a Lidl é uma entidade feminina)?
Será que todos esses pedintes e diletantes também tiram férias?
Será que existe algum sindicato que defende que até mesmo estes têm direito a dois dias de férias por mês?

Seja como for, acho mal.
É que uma pessoa que use este transporte público já não tem, assim, desculpa plausível para chegar atrasado aos compromissos.
- "Então, Ricardo Jorge, isto são horas de chegar?"
- "Pois, sabes como é, vim de Metro. Desculpa o atraso, mas olha, pelo menos consegui 33 subscrições ao Círculo de Leitores, 12 candidaturas para um curso de Informática daqueles grátis que só se pagam no início, 9 DVDs pirata, 4 revistas Cais e duas mangas por apenas 5 euros. Uma verdadeira pechincha!"


Dissertação número 4: O generalizado desinteresse pela política.

Diz-se que os portugueses são desinteressados por política.
Momentos como o seguinte são provas dadas disso mesmo:
- "Minha senhora, no referendo para o aborto, vai votar como?"
- "Eu vou votar na CDU!"
- "Mas, minha senhora, é um voto de sim ou não."
- "Ah... então e a CDU está pelo quê?"
- "Pelo sim."
- "Ah, então eu vou votar sim!"

A política em Portugal toma, quanto mais não seja, formas de clubismo.

Penso que se poderia pegar neste conceito para espicaçar o interesse das massas pela política.
A título de exemplo: em vez daqueles discursos chatos na Assembleia, poder-se-ia pegar em dois partidos de cada assentada, colocá-los de calção e botim de piton, separar onze para cada lado, pôr o resto na bancada de suplentes e atirar uma bola lá para o meio.
Isto atrairia a atenção do português mediano (isto é, 98% da população no geral, se incluirmos as regiões autónomas da Madeira, dos Açores e do Alentejo).

E as eleições teriam, à sua medida, as equivalências das competições futebolísticas.
As Autárquicas seriam assim como que uma Taça de Portugal, e as Legislativas seriam como que a Primeira Liga.
Já as Presidenciais seriam como que a eleição da FIFA para o melhor jogador do Mundo.

Aposto que se assim fosse, não demoraria nem uma semana até que um grupo de gatos pingados aparecesse a cantarolar uma composição que desse pelo nome de "Glorioso PSD".


E por agora fechamos a loja.
Um bem haja a todos vós que leram tudo até ao fim sem dizerem uma única vez a palavra "frondoso".
Resta-me as despedidas, deixando só aqui o apelo ao proprietário do veículo com a matrícula 13-25-JL que retire este do espaço que no momento ocupa, uma vez que o mesmo se encontra estacionado em segunda fila.

Sunday, August 27, 2006

Curtas (a minha é média)

- Sabem o que é um gay astral?
- É um cometa.


- Sabem do que padecem as pessoas que têm medo do presente?
- De agorafobia.


- Se eu tivesse um porco, sabem como é que lhe chamava?
- Pigmeu.


- Sabem o que é que um eucalipto diz ao outro?
- "Toma lá morangos."


- Sabem como é um agradecimento a um pastel de nata?
- "Obrigado, pastel."
- "De nata."


- Sabem o que é um distúrbio alimentar?
- Duas couves à batatada.


- Sabem o que é um Gaspaxo?
- É uma sopa fria.
- Sabem o que é um Grassa?
- É uma sopa da pedra.
- Sabem o que é um Leitão?
- É uma sopa chatear.

Thursday, August 03, 2006

Geração Morangos com açucar

É uma situação bastante clássica: eu numa esplanada ou restaurante a falar mal da nossa sociedade actual, e a lamentar-me por não perceber como é que uma coisa como os (detestáveis) morangos com açucar conseguem levar quase um país inteiro a mesmerizar em frente à televisão.
(Estou por agora a limitar-me aos morangos, e a deixar de fora - propositadamente - os reallity show's... esses já adquiriram uma dimensão tão descontrolada (para além de gigantesca), que necessitam de um post específico para poder abordar tal fenómeno ou por outras palavras: aberração)

A minha opinião de que no país em que vivemos está (claramente) a decorrer - nas barbas de todos nós - um processo de estupidificação - entenda-se: um processo em que os cérebros das pessoas são lentamente destruídos através de bombardeamento destes com informação inútil - que em grande parte de deve aos nossos "adorados" - e aqui aplico a palavra no sentido de adoração divina de um objecto ou entidade - meios de comunicação, sejam eles os morangos com açucar em que temos qualquer coisa do género: "ya pá ela é bueda fatela"; ou simplesmente o telejornal em que realmente o importante não são as crises políticas internacionais ou mesmo nacionais - que são tipicamente apresentadas de uma forma pseudo-dramática para conseguir atrair a atenção dos espectadores - mas sim que: "A dona Rosa Silva dos Santos Madragoa de arrabaça de cima, concelho de gato-esfolado, foi parar ao hospital com uma boça de pus nas costas, que sinceramente só se pode dever a um de dois motivos: negligência médica ou porque a falada dona Rosa Silva dos Santos Madragoa mantinha uma relação sexual de longa data com um coiote, mesmo na cama onde dormia com o marido".[Nota do autor: este nome e situação são fictícios e qualquer semelhança com a realidade é uma pura coincidência, apesar de que em caso dessa coincidência ocorrer estaremos perante uma situação hilariante.]

Pois hoje - a apenas 29 dias de me ir embora do ISEG - chegou-me ao e-mail, uma demonstração do "output" (resultado) do "estilo de vida e cultura" que existe na nossa sociedade actual.





Nem sequer vou agora falar dos resultados dos exames nacionais, que são bastante mais actuais do que estas "pérolas"... mas acho que está na altura de se tomar uma consciência social do que estamos a fazer a esta país.

Tuesday, August 01, 2006

A 31 dias do final...

Apesar da chuva que cai - e que no fundo é uma coisa boa - devo confessar que hoje me sinto especialmente contente... a uma aura de mistério - bastante fina - sobre o real motivo da minha felicidade, mas eu cá suspeito - e eu sou suspeito para dizer isto - que têm qualquer coisa a haver com o facto de faltarem 31 dias para eu me ir embora do ISEG, e largar o lugar de programador que ocupo agora à três anos e meio, quatro???

Como é que eu posso dizer como é que me sinto por estar a preparar-me para abandonar um lugar que ocupei durante tanto tempo? Qual a melhor palavra? Sinceramente não sei mas deve ser qualquer coisa na onda do "Felicidade".

Que não me entendam mal, eu adoro as pessoas com quem trabalho aqui, mas há qualquer coisa que faz com que eu não goste de trabalhar num local que não mostra qualquer tipo de respeito pelo trabalho que eu realizei, e sinceramente esta falta de reconhecimento chegou ao ponto de ser ridicula...

Como forma de comemoração decidi então hoje fazer um post - algo que não fazia a milénios - mas como não tinha um tema vou apenas contar uma situação caricata pela qual passei - literalmente: passei ao lado - no outro dia.

Estava eu a sair de casa para ir ter com o Grassa (leia-se Graça), e como algumas pessoas sabem - algumas com bastantes bons motivos para isso, porque é uma zona bastante facil de alguem se perder - eu moro ao pé de um cimitério, e portanto existe uma "população típica" que normalmente "passeia" nestas zonas, tipicamente senhoras idosas a carpirem as suas muitas dores.

Ora estava eu a andar na rua, quando os meus ouvidos ficaram incomodados, ao ouvir duas senhoras em plena rua a discutirem, um assunto da mais alta importância... "Qual era a melhor hora para rezar"...

Uma afirmava que era assim ao meio dia, em casa, que era mesmo bom... a outra afirmava que não, que a melhor hora era à noite assim a partir das 19h, já quando estava a ficar escuro.

Não se enganem, apesar de achar este tipo de discussão sem grande interesse, talvez um pouco descabido quiçá, acho que é bem melhor que discutir o último episódio dos morangos com açucar, essa obra fictional claramente criada pelo Demo... e que de uma forma que ainda ilude a minha capacidade racional, parece exercer sobre a população portuguesa um efeito que é a mistura de "Mind control" com "Brain destruction"... Mas pronto...

O que me assustou realmente na conversa entre as duas senhoras é que enquanto eu acelarava o meu passo para me colocar fora do alcance das suas vozes, ainda ouvi a primeira - a senhora que rezava ao meio dia - a iniciar um argumento para a segunda que envolvia o "nivél de atenção do Senhor - ou d'Ele - ao meio dia ser maior"...

Numa outra vertente que não tem nada a haver com a anterior, e no seguimento de uma grande crónica escrita por Banzai em tempos que já lá vão... alguém decidiu expor as pessoas que se auto-expõem nesse grande serviço público de qualidade que é o hi5.

O site - que na realidade é um blog - que expõe as expostas chama-se originalmente: http://www.hi5porcas.blogspot.com/

Aqui podem encontrar um conjunto de entradas num blog, acompanhado das devidas fotos, de um conjunto de raparigas que segundo os autores do blog merecem o nome de "porcas", apenas para perceberem um pouco onde os autores querem chegar ficam aqui alguns dos títulos de alguns dos posts:

  • Experiência e maturidade... PORCA!
  • Porca do presépio
  • Porca marota!
  • Mais uma Porca da Madeira!
  • TOP PORCA!

Com isto, despeço-me de vós, desejanto aqueles que têm essa sorte, umas boas férias.