Sunday, February 26, 2006

Sonho de uma noite de Verão (embora ainda seja Inverno...)

Imaginem um homem alto, esbelto, espadaúdo.
Imaginem esse mesmo homem sentado num banco de jardim.
Imaginem o jardim coberto das mais bonitas das orquídeas.
Imaginem o homem a encher os pulmões, até bem fundo, do mais puro ar.
Imaginem o seu sentido sentir da Natureza.
Imaginem o viver desta paz com um prazer imenso.
Imaginem a felicidade do homem a traduzir-se em sorrisos.
E imaginem uma bela desconhecida, de seios profusos, que se encontrou, durante todo este tempo, no mesmo banco de jardim, por entre meio das mesmas orquídeas, a ver o encher dos pulmões, o respirar do ar, o sentir da Natureza, o viver da paz e os sorrisos de felicidade.
E imaginem o seu sorriso de volta.

Agora, troquem o homem alto, esbelto e espadaúdo por mim.
Troquem o banco de jardim por uma cama num motel.
Troquem as orquídeas por lençóis amarrotados pelo uso.
Troquem os pulmões por um ânus peludo, e o ar por um pénis erecto.
Troquem a Natureza pelo sexo anal.
Troquem o viver pelo lamber e a paz pelo suor de um peito.
Troquem a felicidade pelo clímax e os sorrisos pelo cheiro a esperma.
... E troquem a bela desconhecida pelo João Carlos Antunes de Leitão.

Esse foi o sonho que tive ontem à noite.

Drama vivido na terceira pessoa...

No outro dia ia o Ricardo razoavelmente descansado no autocarro, no seu tradicional trajecto rumo a Lisboa, quando o mesmo abrandou a sua marcha. Estancou, mesmo. Em plena auto-estrada.

Isso só poderia - àquela hora - querer dizer uma de duas coisas: ou o motorista tinha ficado com um medo súbito de conduzir veículos com mais do que cinco lugares... ou então tinha havido um acidente.

Ora, o Ricardo conhece quase todos os motoristas que lhe servem de chaffeur - aquele não era excepção à regra - e todos eles lhe parecem pessoas de bem. Parece-lhe o tipo de pessoas que não padece de fobias repentinas e, mesmo que padecesse, parece-lhe o tipo de pessoas que tomaria os comprimidos a tempo e horas.

E por isso, o Ricardo concluiu que só poderia ser acidente.

À distância de uma chapada encontrava-se um trio de senhoras de idade que já vinham em animada cavaqueira, fazendo POLUIÇÃO SONORA! ... o Ricardo pede perdão; na realidade, vinham era a falar de coisas que NINGUÉM QUER SABER! ... novamente, as mais sinceras desculpas do Ricardo; vinham, isso sim, a falar de champôs, calos, pão de ló, vestidos com folhos e corriqueirices de vizinhança do lado. Enfim, tudo assuntos do mais alto interesse.

E não se calavam um segundo que fosse.

Estas são, aliás, da mesma estirpe de senhoras que mesmo que o Godzilla lhes passasse à frente elas não se calariam. Não ficariam abismadas em silêncio. Não. São o tipo de senhoras que continuaria a palheta dizendo: "Olha para aquilo! No meu tempo, as lagartixas eram bem mais pequenas e não andavam por tudo quanto é sítio! A culpa disto é daquela coisa dos lixos tóxicos, dos Chernobys ou coisa que o valha!"

Mas o Ricardo já se está aqui a perder.

As ditas senhoras vinham num animado paleio, que de imediato interromperam para dar o seu parecer sobre o facto incidente, aparentemente a todo o mundo, apesar de ninguém querer realmente saber o que elas pensavam.
Mas elas deram na mesma.

- "Olha-me que este trânsito... e agora parámos! Querem ver que houve acidente? Cheira-me que sim. Todos os dias é a mesma coisa!"

- "Eu já disse à minha Joaquina: Olha que tu apanha-me o autocarro mais cedo senão não chegas a tempo à escola! É que este mundo anda maluco! As pessoas parece que andam desvairadas!"

Lutando contra a vontade de se auto-mutilar, para com a dor desviar a sua atenção de tão exasperante diálogo, o Ricardo pensou para consigo mesmo: "Vá, Ricardo Jorge, já só falta, tipo, sei lá, menos de uma hora para chegar ao Campo Grande... Vá! Força aí! Tu consegues!"

Mas aquelas senhoras tornaram isso no limiar do impossível.

Mais à frente, justificou-se o esperado: um acidente. Dois carros espatados, um com a traseira desfeita, e o outro, respectivamente, com a dianteira em igual estado decrépito.

E fez-se de novo ouvir a veemência com que aquelas senhoras debitavam certezas no ar.

O Ricardo julga que algures perto da terceira idade a Mulher atinge o Zen, o estado guru, pois a forma como aquelas senhoras ditavam verdades não pode ser considerada obra do acaso.

Disse uma delas: "Pois isso sabe-se! Vão todos colados ao carro da frente e depois é o que se vê!"

Acrescentou outra: "É que basta travar um bocadinho, seja porque razão for, que o de trás não tem tempo de reagir! E depois dá nisto!"

A terceira abanou simplesmente a cabeça, lançando um grunhido em sinal de aprovação, como que a dizer "Concordo plenamente e não consigo acrescentar aí mais informação inútil! Tá perfeito!Siga para o próximo bitate!"

Naquela altura, revelou-se agonizantemente complicado não levar a cabo um acto que colocaria, no dia seguinte, nas manchetes de primeira página de todos os jornais - desportivos inclusive! - algo como "Jovem universitário mata três idosas à paulada com um banco de autocarro em plena A1".

Mas o Ricardo aguentou-se. Ah valente!, pensou o Ricardo. A pior parte já passou. Agora que já passámos o acidente, e elas vão voltar a falar da dor do reumático, e do vestido azul da Constança, a neta da Maria Adelaide, tudo vai ficar bem. Isso aguentas tu bem. O pior já passou...

Mas não.

Não.

Duas delas continuaram na mesma verborreia que apenas apoquenta, mas a outra... ah, a outra decidiu tomar uma postura mais hostil. Porquê falar para o ar quando... ela podia falar directamente para a pessoa?

A vítima: o Ricardo, que ali mesmo de fronteira ia a tentar dedicar - com muito esforço, acreditem! - a sua atenção a uns apontamentos de estudo.

É de notar que para este tipo de senhoras qualquer coisa serve de desculpa para interromper os outros de uma forma disfarçadamente delicada. Quando este tipo de senhoras decide interromper, não há como interromper o avançar deste.
É o equivalente a tentar deter uma manada de elefantes em debanda com um sinal de STOP.

- "Ai, tás a estudar... O meu neto, o Jorge, também estuda, lá naquela coisa dos computadores e das engenharias... dizem que aquilo dá dinheiro... Acho que ele faz bem, mas eu cá preferia que ele fosse médico... Vocês são uns privilegiados, sabiam? No meu tempo não havia nada disto! Não tinhamos dinheiro nem para comer às vezes, quanto mais para estudar! Lá em casa, em dias de banquete, era um carapau para toda a família ao jantar! O meu pai comia a cabeça para que nós pudéssemos comer o rabo do peixe... dizia que gostava mais da cabeça... ai, meu santo pai, que Deus o guarde! Eu já disse ao meu Jorge: Tu aproveita-me esta vida boa que levas agora, que vida como esta não voltarás a ter!"

Aqui e ali, o Ricardo suspirava uns "Uh hum" e uns "Pois", mas com aquele ar de quem está prestes a espirrar o cérebro em papa pelo nariz.

E isto processou-se até ao fim da viagem. Até ao chegar ao Campo Grande. Até ao estancar definitivo do autocarro.

O Ricardo, visivelmente combalido mas a tentar disfarçar, saiu do transporte com o sorriso nervoso de quem está a pensar "Mental note: quando chegar a casa, matar a minha mãe com requintes de malvadez, pois se ela não me tivesse posto no Mundo eu não teria passado por isto".

Com aquele sorriso nervoso que diz que se alguém tiver o azar de tentar aquela brincadeira do "Adivinha quem é", pondo as mãos sobre os olhos ou dando aquele toquezinho por trás no ombro, esse alguém acordará, mais tarde, deitado, a olhar para umas luzes no tecto, com uma cara sorridente ao lado a dizer: "Ah, já acordaste? Olha, boas notícias: os médicos dizem que acham que vais voltar a andar outra vez..."

Que era o que aquelas bruxas mereciam! Era abrirem a boca e PAH! Lá vai placa! E espancá-las com os próprios seios! E enfiar-lhes um barrote ânus acima e dizer-lhes "Hã? E no teu tempo, era assim? Hã? ERA?"

... Mas não. O máximo que se fará será um pobre diabo traumatizado despejar todo este drama para o papel ou para um qualquer blog, mas relatando e passando o acontecido para outra pessoa do singular. Assim, parecerá que aconteceu a outro. Sim, a outro. E tudo ficará bem.
Sim, tudo ficará bem...
Tudo... bem...
Bem...

Thursday, February 23, 2006

Thumbsucker...

Venho por este meio exprimir o meu claro desagrado pelo filme "Thumbsucker" ou também conhecido como "Chupa no Dedo".

Reparem só no nome? Mas que raio de nome é este??? Chupa no dedo???onde é que já se viu tamanha barbarie!!! mas se pensam que o nome é mau...esperem até perceberem como é o filme...

primeira cena...um homem a levantar-se e a chegar perto da cama dum puto....e dps passado 2 minutos vê-se o puto a chuchar...NO DEDO!!!! mas que mau começo... quer dizer pelo menos dá para perceber uma coisa... o puto tem claros problemas...não é único, no entanto...mas isso vê-se mais à frente....

a seguir passamos para aulas de debate...e agora perguntam vocês...porquê? não sei... o filme é mau mesmo...

depois há a grande frase dita pelo dentista do puto, que é uma espécie de hippie mas com uma broca na mão... "Relaxa que conseguimos ir mais fundo" Mas o que raio é isto... e ainda melhora quando o dentista o leva a libertar o "animal interior" dele... pelo menos ele pára de chupar no dedo...

Entretanto o miudo começa a tomar medicamentos...que o tornam claramente melhor do que o resto do mundo... mas não resolvem o problema dele...que ninguem sabe muito bem qual é...

Passa-se por uma série de cenas sem coerência nenhuma e com um significado claramente obscurecido pelo facto de eu estar praticamente a dormir...

Por fim ele encontra um actor que foi salvo pela mãe dele... o que aconteceu? o actor enfiou droga pelo cu acima e depois não a conseguia tirar... ah pois é...muito normal não é? ou então não... mas esse actor esclarece-o... porque lhe diz que "no fundo não passamos todos de animaizinhos assustados".
Sem comentários...

o filme acaba com o puto a correr pelas ruas de Nova Iorque (e não atropelado por um camião como eu gostaria que acabasse...)

o post fez sentido? não pois não? o filme também não...e a maneira como o descrevi foi bastante parecida com aquilo que uma pessoa apanha da história...

não é que o tema não seja o normal...problemas da adolescência, o encontrar-nos, a maneira como lidamos com o mundo, as experiências sociais daí inerentes... mas a maneira como é abordado é pouco coerente e não muito boa...

mas e daí isto é só uma opinião e também um aviso...
Não deixem o leitão escolher filmes...porque só vos vai calhar cenas destas... ou então Wolf Creek caso não estejam interessados em ver sangue...

fiquem bem...

Friday, February 17, 2006

Estações de rádio virtuais

Bem, graças à Cláudia, descobri uma cena, que no mínimo, é simplesmente genial: o Pandora.

A ideia por detrás deste site (ou serviço) é a de que a música, tal como um ser vivo que evolui e se reproduz e essas cenas, tem um genoma, assim através da análise do genoma de uma banda ou de uma música à escolha do utilizador, se pode criar um estação de rádio virtual que passa música similar à indica na génesa da mesma.

Do meu ponto de vista é mesmo só mais uma maneira de conseguir encontrar coisas novas para ouvir de que gosto... aliás... esse é precisamente o objectivo deste site!

Como um exemplo deixo aqui alguns links (sim porque isto ainda por cima permite partilhar estações entre amigos) para estações criadas pelo pessoal (e sim podem-se partilhar estações :D ).

Estações do Leitão:
HardRock Radio
Estações da Inês:
Metal Radio
16 Fevereiro Radio

E pronto agora já sabem, vão me enviando os links para as vossas estações virtuais - caso decidam aderir também a este site - que eu posso publicar esses mesmos links aqui!
jleitao@iseg.utl.pt

Thursday, February 16, 2006

pontos de amigo....

venho por este meio pedir a actualização da antiga tabela dos pontos de amigo...
para ver em que posição é que o grassa se encontra :P
just an idea
:D

A arte de não fazer nenhum ou...
Como ter sucesso na vida profissional!

É uma ideia que me ocorreu a pouco tempo, mas pronto achei que poderia ser interessante partilhar com o mundo, especialmente porque algumas das pessoas que espero venham a ler isto podem ser da área de informática, tal como eu, e isto pode ter alguma utilidade!

Hoje cheguei à conclusão que para se ter sucesso numa carreira como parte de uma equipa de desenvolvimento de software é necessário falhar!

O motivo é simples, um tipo recebe tarefas (neste caso projectos) que acontece se todas estas tarefas forem executadas sem erros e sem grandes problemas?

Bem até podem imaginar que recebem umas palmadinhas nas costas (garanto que não), ou que o vosso chefe vos vem dar os parabéns (nem por isso), ou então que a vossa imagem no local onde trabalham melhora consideravelmente de dia para dia (eu não estou a notar nada disso), ou então que vos começam a tratar de forma respeitosa (keep dreaming), ou mesmo que vão começar a receber aumentos e promoções (que piada... era só o que faltava)...

Nada disto... simplesmente as coisas não vão mudar e vão receber novas tarefas... isso é o que acontece no mundo real e isso intrigava-me...

...reparem que uso aqui o passado, isto porque hoje... (talvez devido à falta de sangue no café ou ao sono ou à mistura de ambos os factores) ...hoje, meus caros... fez-se luz e percebi tudo!

A verdade é que se um tipo nunca falha, as pessoas vão simplesmente concluir (inclusivé o chefe ou coisa que o valha) não que "ali está alguém que trabalha bem..." vão sim concluir que o vosso trabalho é básico, simples de mais, uma criança de 5 anos faria-o sem problemas...
...a verdade é que o vosso chefe pode mesmo chegar a pensar: "Até eu conseguia fazer aquilo".

Portanto depois de pensar um bocado (e observar o que me rodeia) concluí que a única solução é: falhar!

Se um tipo falha é brutal... primeiro para falhar um gajo nem se tem de preocupar muito com o que têm para fazer... e depois uma coisa falha e dá barraca e o que é que as pessoas pensam? "Ora ali está um tipo esforçado... aquilo era muito complexo, impossivél de se fazer... ele fez tudo o que podia... assim sim um tipo que dá o couro..." e depois seguem as consequências...

...que consequências? perguntam vocês.

Asseguro que não me refiro a despedimentos, despromoções, cortes salariais ou cabeças a rolar (ai as saudades que eu tenho dos tempos medievais...) e (com alguma pena minha) também não se irá fazer uso de apredejamentos públicos, fogueiras ou coisas que tais...

Ora as consequências a que me refiro é o facto de que a vossa imagem no local de trabalho vai melhorar... o respeito aumenta... algumas palmadinhas nas costas e pronto... se conseguirem que o fracasso seja mesmo muito muito grande... até são muito bem capazes de receberem aquela promoção que tanto queriam... Yupi!

Bem conclusões a tirar disto tudo: não só é mais fácil não fazer como é mais rentavél!

Espero que esta minha divagação (claramente não baseada em factos reais) possa vir a ser útil a alguém...

Criação do BLOG daijobo

A Pergunta que inevitavelmente se têm de colocar é: "Porquê? Ó Deus todo poderoso porque é que estou aqui agora em vez de estar na cama?"...

...bem pelo menos esta poderia ser uma pergunta... mas não era isto que eu estava exactamente a pensar... era mais: "Porquê este BLOG?"

Bem para responder a isso existia aquela simples resposta do "Porque sim!" ou "Porque posso!" mas para dizer a verdade não gosto de nenhuma dessas respostas (leia-se odeio compulsivamente) e depois o objectivo deste blog nem sequer é dar respostas... ou fazer perguntas... quer dizer na verdade... este blog não têm verdadeiramente um objectivo diferente de qualquer outro que exista por ai...

Nada originalmente este é mais um sitio onde as pessoas (todas que queiram) podem começar a escrever... a ideia é juntar um número absurdo de pessoas para escrever e colocar ideias... ou desideias se é que isso existe...

Bem resta dizer que a iniativa não é minha... o facto de eu ter iniciativa para qualquer coisa é um mito e não mais do que isso... a ideia é minha e da Inês (player1331) e a iniciativa é mais dela do que realmente minha mas isso já deveria ser óbvio!

Blá Blá Blá...

bem vindos e tal e have a good time... e tal... e coiso... :D