Evoluções musicais
Aquilo que se chama evolução musical é curiosamente muitas vezes uma involução. Isso deve-se ao facto de enquanto jovens sermos muito susceptiveis aos promenores e ao que não é essencial. Com o avançar dos anos, muitos não evoluem nesse aspecto (os que não melhoram a sua "educação musical"), muito poucos evoluem no sentido de uma melhor percepção dos detalhes e apuramentos técnicos (os maluquinhos da técnica) e o grosso dos que evoluem, involuem no sentido da essência.
O que nos leva à discussão dos géneros essenciais da música. Essa é uma discusão em aberto, complicada, mas que eu resolvo de um modo ad-hoc: reduzo ao meu caso pessoal. Para mim, a evolução deu-se no sentido dos Blues. Não que não gostasse de Blues ao princípio, longe disso. Desde muito novo que gosto muito de Muddy Waters e Eric Clapton e afins. Com o passar dos tempos fui-me virando mais para a essência dos blues, se bem que não me tenha tornado um fundamentalista fanático.
Outros evoluem em sentidos diferentes, no sentido da música tradicional ou no sentido do contraponto. Enfim, a cada um a sua "paranóia" mas isto tudo para chegar uma a uma ideia: quando começamos a ouvir música, trata-se de uma actividade social ou intelectual mas com a progressão da cultura musical, acaba por se tornar uma actividade visceral. É estranho mas quando se houve melhor a música que mais se gosta (e já se conhece algo sobre música) esta é "ouvida" não com o "cérebro", mas com as vísceras.
Pode não ser verdade, mas é uma ideia gira...
2 Comments:
concordo com a ideia de que ouvir música numa etapa mais rica da nossa cultura musical ser algo com implicações ao nível da víscera...
posso afirmar, em primeira mão, que quase sempre que estou a ouvir uma faixa que gosto me dá uma vontade quase imparável de me deslocar ao WC mais próximo...
I'll take a crap to that!
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